Uma facilidade que tornar é capaz de ser perigosa. Assim pode ser definido o novo consignado, modalidade de empréstimo que chega aos trabalhadores brasileiros também via canais digitais. Lançado em 2025, o Programa Crédito do Trabalhador, de acordo com o Ministério do Trabalho, permite que trabalhadores celetistas, domésticos, rurais, empregados de MEI e diretores não empregados com direito ao FGTS solicitem crédito junto às instituições financeiras habilitadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, podendo substituir dívidas caras, como empréstimos pessoais sem garantia (CDC), carnê de pagamento das financeiras, o rotativo do cartão e o cheque especial, por um crédito com juros significativamente mais baixos.
Porém, de acordo com o relatório de política monetária, divulgado pelo Banco Central, as operações do novo consignado se mostraram mais caras do que os empréstimos consignados dos convênios, porém, bem mais baratas do que o crédito pessoal não consignado.
Como o novo consignado funciona e quais são suas regras
Antes do novo consignado, apenas empresas e órgãos que tinham convênio com bancos podiam oferecer essa linha de crédito. Agora, com a contratação de empréstimo via aplicativo, o trabalhador pode usar como garantia até 10% do saldo do FGTS, sendo que as parcelas do empréstimo não podem comprometer mais do que 35% do salário. Essas mudanças representam um marco: uma ferramenta de crédito mais abrangente e conectada às novas dinâmicas do mercado de trabalho.
Para migrar para o novo programa, o empregado deve entrar em contato com a instituição financeira de sua escolha e solicitar a substituição da dívida antiga por um novo crédito com juros mais baixos. A solicitação pode ser feita diretamente nas agências bancárias, nos aplicativos dos bancos ou no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. Nisso, o banco em que consta o contrato atual poderá fazer uma contraproposta para cobrir a oferta da outra instituição. Caso não seja coberta a oferta, a instituição será obrigada a liberar o contrato para a realização da portabilidade.
Em caso de demissão, as parcelas restantes serão descontadas das verbas rescisórias, limitado a 35% das mesmas, além de ser conferido ao trabalhador a oportunidade de utilizar até 10% do saldo do FGTS como garantia ou até 100% da multa rescisória. De acordo com dados divulgados pelo governo, até 2 de julho de 2025, foram contratados R$ 17,2 bilhões por 2,7 milhões de trabalhadores, sendo a taxa de juros média de 3,55%, e o valor médio do empréstimo por contrato de R$ 5.382,24.
Para empresas que atuam nos setores de finanças e RH compreenderem essas mudanças é uma oportunidade de agregar valor para funcionários e clientes. Afinal, o acesso a crédito consciente e saudável pode impactar diretamente o bem-estar financeiro, a produtividade e a retenção de talentos.
Dentre os benefícios do novo consignado, portanto, consta a digitalização do processo, com plataformas integradas, garantindo uma contratação mais simples e segura. Para as instituições, por outro lado, consta a redução do risco de inadimplência graças ao desconto automático. Mais que isso, pode ser um elemento de estímulo ao consumo e circulação da economia em momentos de retração. Quando bem aplicado, o consignado pode se tornar um instrumento de inclusão, educação e desenvolvimento econômico, beneficiando não apenas os indivíduos, mas todo o ecossistema empresarial. A questão, porém, é que tanta facilidade, como já citado, por um lado pode promover melhor bem-estar financeiro, por outro pode comprometer e muito, o orçamento.
Principais riscos do novo consignado para trabalhadores e empresas
- Aumento do endividamento: o uso inadequado do consignado pode agravar a realidade financeira de colaboradores, afetando o dia a dia das empresas.
- Segurança digital: será mesmo que o funcionário está lidando com a plataforma correta? O marketing agressivo, associado a golpes, pode fazer muitas vítimas. Com a expansão online, é preciso reforçar a proteção contra fraudes.
- Contratar sem compreender: muitos trabalhadores podem acabar contratando um consignado sem compreender as implicações no orçamento a curto, médio e longo prazo.
Como o RH pode conscientizar e apoiar os colaboradores
E se o RH, ciente dessa atualização tão prática e sedutora, apoiasse os colaboradores com educação financeira? Isso se faz importante uma vez que funcionários com dívidas descontroladas tendem a apresentar queda de produtividade, aumentar taxas de absenteísmo, apresentar impactos na saúde mental como ansiedade e estresse, comprometendo o restante da equipe. Para apoiar, é possível investir em programas que ensinem como planejar o uso do crédito, o impacto do consignado no orçamento, a comparação com outras linhas de crédito, além de dicas para evitar o superendividamento.
Mais que isso, é possível pensar em programas de benefícios corporativos que inibam a contratação excessiva de empréstimos, garantindo renda a partir de produtividade e resultados. Também é possível criar políticas internas que evitem o superendividamento de seus colaboradores, como limites de contratação e exigência de orientações prévias.
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